"Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus. Col 2:18-19"
A palavra traduzida “árbitro” é katabrabeuo (katabrabeuw) é um hapax legomena que ocorre nesta forma somente aqui. A palavra era usada no sentido de árbitro de jogos ou esportes. No contexto significa “decidir contra, privar, condenar”[4], e precisamente “reter o prêmio do vencedor”[5]. Da mesma maneira que o alvo de Paulo em v. 16 foi a pessoa que se colocava como juiz, aqui o alvo dele é alguém se constituindo de árbitro sobre o Cristão. Esta frase “reafirma o apelo básico de Paulo: vocês já são membros do corpo de Cristo, e a ninguém é permitido tirá-los do quadro.”[6] Novamente, Paulo condena a tentativa de alguém julgar um Cristão por causa de coisas que, em si, não constituem pecado.
Aparentemente, estas pessoas impressionavam com sua suposta “humildade”, sua religiosidade e suas afirmações de terem visões. No entanto, suas mentes, ao invés de serem espirituais, eram carnais. A prova de que estas pessoas estavam equivocadas é que elas não demonstravam nenhum vínculo com o cabeça que é Cristo. Paulo fez questão de mostrar que, em questões de julgar e condenar, ou de aceitar e justificar, em Cristo, nós já temos tudo que precisamos e somente a Cristo pode ser atribuída esta função. Nenhum homem deve ousar julgar ou condenar ou tentar estabelecer padrões para julgar ou condenar Cristãos.
O termo "hermenêutica" provém do verbo grego "hermēneuein" e significa "declarar", "anunciar", "interpretar", "esclarecer" e, por último, "traduzir". Significa que alguma coisa é "tornada compreensível" ou "levada à compreensão".
Encontra-se desde os séculos XVII e XVIII o uso do termo no sentido de uma interpretação correta e objetiva da Bíblia.
Spinoza é um dos precursores da hermenêutica bíblica.
Alguns defendem que o termo deriva do nome do deus da mitologia grega Hermes. O certo é que este termo originalmente exprimia a compreensão e a exposição de uma sentença "dos deuses", a qual precisa de uma interpretação para ser apreendida corretamente.
Outros dizem que o termo "hermenêutica" deriva do grego "ermēneutikē" que significa "ciência", "técnica" que tem por objeto a interpretação de textos poéticos ou religiosos, especialmente da Ilíada e da "Odisséia"; "interpretação" do sentido das palavras dos textos; "teoria", ciência voltada à interpretação dos signos e de seu valor simbólico.
om Friedrich Schleiermacher (1768-1834), no início do século XIX, a hermenêutica recebe uma reformulação, pela qual ela definitivamente entra para o âmbito da filosofia. Em seus projetos de hermenêutica coloca-se uma exigência significativa: a exigência de se estabelecer uma hermenêutica geral, compreendida como uma teoria geral da compreensão. A hermenêutica geral deveria ser capaz de estabelecer os princípios gerais de toda e qualquer compreensão e interpretação de manifestações lingüísticas. Onde houvesse linguagem, ali aplicar-se-ia sempre a interpretação. E tudo o que é objeto da compreensão, é linguagem (Hermeneutik, 56). Esta afirmação, entretanto, mostra todas as suas implicações quando se lhe justapõe esta outra tese de Schleiermacher: “A linguagem é o modo do pensamento se tornar efetivo. Pois, não há pensamento sem discurso. (...) Ninguém pode pensar sem palavras.”(Hermeneutik und Kritik, 77) Ao postular a “unidade de pensamento e linguagem”(ibidem), a tarefa da hermenêutica se torna universal e abarca a totalidade do que importa ao humano. A hermenêutica, então, é uma análise da compreensão “a partir da natureza da linguagem e das condições basilares da relação entre o falante e o ouvinte” (Akademienrede, 156). Quatro distinções básicas foram estabelecidas por Scheleiermacher. Primeiro, a distinção entre compreensão gramatical, a partir do conhecimento da totalidade da língua do texto ou discurso, e a compreensão técnica ou psicológica, a partir do conhecimento da totalidade da intenção e dos objetivos do autor. Segundo, a distinção entre compreensão divinatória e comparativa:
- Compreensão comparativa: Se apóia em uma multiplicidade de conhecimentos objetivos, gramaticais e históricos, deduzindo o sentido a partir do enunciado.
- Compreensão divinatória: Significa uma adivinhação imediata ou apreensão imediata do sentido de um texto.
Estruturas básicas da compreensão
- Estrutura de horizonte: o conteúdo singular é apreendido a partir da totalidade de um contexto de sentido, que é pré-apreendido e co-apreendido.
- Estrutura circular: A compreensão acontece a partir de um movimento de ir e vir entre pré-compreensão e compreensão da coisa, como um acontecimento que progride em forma de espiral, na medida em que um elemento pressupõe outro e ao mesmo tempo faz com que se possa ir adiante.
- Estrutura de diálogo: A compreensão sempre é apreensão do estranho e está aberta à modificação das pressuposições iniciais diante da diferença produzida pelo outro (o texto, o interlocutor).
- Estrutura de mediação: A compreensão visa um dado que se dá por si mesmo, mas a sua apreensão faz-se pela mediação da tradição e da linguagem.
Os costumes, cultura e etnias são alguns dos aspectos fundamentais para se ter uma legítima interpretação do texto.
Explicação e compreensão
Segundo Wilhelm Dilthey, estes dois métodos estariam opostos entre si: explicação (próprio das ciências naturais) e compreensão (próprio das ciências do espírito ou ciências humanas):
"Esclarecemos por meio de processos intelectuais, mas compreendemos pela cooperação de todas as forças sentimentais na apreensão, pelo mergulhar das forças sentimentais no objeto."
Com os trabalhos de Droysen e Dilthey, o procedimento hermenêutico tornou-se a metodologia da ciências humanas. Os eventos da natureza devem ser explicados, mas a história, os eventos históricos, os valores e a cultura devem ser compreendidos. (Wilhelm Dilthey é primeiro a formular a dualidade de "ciências da natureza e ciências do espírito", que se distinguem por meio de um método analítico esclarecedor e um procedimento de compreensão descritiva.) Compreensão é apreensão de um sentido, e sentido é o que se apresenta à compreensão como conteúdo. Só podemos determinar a compreensão pelo sentido e o sentido apenas pela compreensão. Heidegger, em sua análise da compreensão, diz que toda compreensão apresenta uma "estrutura circular". "Toda interpretação, para produzir compreensão, deve já ter compreendido o que vai interpretar". O cerne da teoria de Heidegger está, todavia, na ontologização da compreensão e da interpretação como aspectos do ser do ente que compreende o ser, o "Dasein".
Paul Ricoeur visa superar esta dicotomia. Para ele, compreender um texto é encadear um novo discurso no discurso do texto. Isto supõe que o texto seja aberto. Ler é apropriar-se do sentido do texto. De um lado não há reflexão sem meditação sobre os signos; do outro, não há explicação sem a compreensão do mundo e de si mesmo.
Esperamos aqui, ter dado nossa humilde compreensão e, sobretudo, contar com contribuições dos leitores para que possamos enriquecer nossa visão do “sagrado” com o intuito de crescer e fazer crescer em conformidade com a Santa vontade do nosso Pai celestial.
Muito bom e explicativo! vou postar no http://andersoneaeleicao.blogspot.com/
ResponderExcluirjá postei! rsrs benção tio. Saudades! meu novo cel (31)93873943 é tim viu?rsrs
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